11.1.11

Polemica? Prefiro discussão ....


“Como cientista, eu sei - e não apenas "acredito" - que a vida humana se inicia na concepção".

Bernard Nathanson, que, para começar, pousou as mãos abertas sobre a mesa e disse que aquelas mãos tinham feito muitas milhares de vítimas. Era um homem profundamente arrependido, que corria o mundo procurando resgatar alguma paz interior, um homem perseguido por terríveis remorsos. A utilização de uma nova tecnologia para estudar o feto no útero, quando se tornou diretor de um grande hospital de obstetrícia, fê-lo compreender a enormidade do seu erro.

O texto acima foi extraído de um artigo da Revista Âmbito Jurídico.
A temática: Direito à vida.
Tema extenso, complicado.
Com varias teorias; algumas filosóficas, outras jurídicas e cientificas.
Porém aqui o tema é mais direto. (Porém, não menos complicado):

ABORTO.

"O aborto consiste na interrupção da gravidez com a morte do feto."

Morte.
Exatamente, a palavra é essa.
Outros conceitos ainda incluem o termo Doloso.

Ou seja, a pratica do aborto passa pela Morte de uma Vida. PONTO.

Então, porque tanta polemica?
Ciência x Religião.
Razão x Emoção.
(O assunto virou tema até de campanha política presidencial).

A Constituição Federal garante o direito à vida:
art. 5o - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]
Garante também:
Código Penal - Lei  7.209, de 11 de julho de 1984 -, declara a proibição do aborto. Já o aborto necessário, legal ou terapêutico e o aborto no caso de gravidez resultante de estupro não são punidos:
"Art. 128 — Não se pune o aborto praticado por médico:
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal."

Mas outros, poderiam dizer que o conceito de Vida é outro.
Se não há vida, não há morte.
Ou que a mulher tem direito sobre o seu corpo.
Etc, etc, etc.

Concordo também.

Porém, amigos, a Lei está aí.
Nosso dever é cumpri-la.
Como médicos, cumprimos o nosso "juramento" e os preceitos éticos da profissão.

A sociedade tem o direito de discutir.
Aliás, o dever.
Deve ler, entender, questionar.
E não apenas, "escolher" um lado.

Pois no final:
Se Bernard estiver certo. NÃO à morte.
Se Bernard estiver errado. SIM à vida.

10.1.11

Prometo ...

Hipócrates retratado por Peter Paul Rubens, 1638

"Prometo que, ao exercer a arte de curar, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência.
        Penetrando no interior dos lares, meus olhos serão cegos, minha língua calará os segredos que me forem revelados, o que terei como preceito de honra.
        Nunca me servirei da profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime.
        Se eu cumprir este juramento com fidelidade, goze eu, para sempre, a minha vida e a minha arte, com boa reputação entre os homens.
        Se o infringir ou dele afastar-me, suceda-me o contrário".
Hipócrates
(texto abreviado do Juramento)


O texto acima, meus amigos, é bem conhecido. 
Poderia se dizer, que é um texto já "batido"?

Não pela suas palavras.
Não, claro que não.
Afinal é Hipócrates, o pai da Medicina.

Mas o "batido" questionado, sugere a reflexão feita nele.
Repetido pelos formandos em forma de coro, sugere um comprometimento com a profissão.
Preceitos que a profissão exige.


Mas na prática???
Estaria ele "batido" ou não?

A reflexão fica no ar.



Esperamos, para o bem da MEDICINA, que a resposta seja ÚNICA e SOLENE.
Afinal, "Se o infringir ou dele afartar-me", saberemos bem o que nos acontecerá!